Os condomínios estão mudando o perfil de segurança e controle de acesso das edificações. A maior parte ainda precisa manter o porteiro físico, dada a dimensão dos empreendimentos, mas aqui novos aparatos tecnológicos reforçam, a cada dia, os meios de proteção. Já a automatização da portaria, com a dispensa do funcionário, dotada ou não de controle virtual, surge como uma das principais tendências entre os prédios menores. A solução foi adotada pela advogada e síndica profissional Maria da Conceição Canpello de Souza Galli, em prédio localizado na região da Saúde, na zona Sul de São Paulo.
Segundo o consultor de segurança José Elias de Godoy, recomenda- -se a portaria automatizada e/ou virtual somente para edifícios com no máximo 40 unidades. O prédio administrado por Maria da Conceição, síndica orgânica no local, possui 32. O sistema está em operação desde novembro do ano passado, quando o condomínio encerrou um contrato de terceirização para a portaria, que incluía quatro funcionários. Em seu caso, a interlocução com os visitantes ou prestadores de serviços é realizada à distância por um profissional de monitoramento, através de imagens enviadas pela internet. A gestora manteve apenas um funcionário contratado diretamente, o zelador, que reside fora.
As mudanças foram motivadas pela necessidade de baixar o custo ordinário mensal do condomínio, que já caiu pela metade, observa a síndica. Ela optou pela locação dos equipamentos, em pacote que inclui o apoio do porteiro à distância 24 horas por dia, assistência técnica e manutenção.
COMO FUNCIONA
Denominado no local como portaria inteligente, o sistema possibilita o acesso de moradores através do uso de um chaveiro ou senha, tanto aos portões voltados à rua, na eclusa, quanto às portas dos halls social e de serviços. Para a garagem, cada um dispõe de seu próprio controle remoto. Já o visitante ou prestador de serviços tem que acionar o interfone, que toca na central de monitoramento. Ali, um funcionário visualiza a imagem da pessoa através das câmeras, a identifica e faz a comunicação com o morador, liberando ou não a entrada. O condomínio preferiu bloquear a possibilidade de os próprios residentes fazerem isso, pois há muitos adolescentes que passam o dia sozinhos dentro de casa, além de idosos, justifica a síndica.
De forma geral, as empresas costumam disponibilizar links para que síndicos, conselheiros e eventual funcionário orgânico visualizem em tempo real as imagens das câmeras. Essas possuem sensores de movimento, indicando a aproximação de qualquer elemento (pessoas, veículos, animais etc.). A síndica Maria da Conceição implantou o aparato, mas precisou antes adequar quadro elétrico e reforçar a iluminação (com holofotes voltados à calçada externa e à rua). Ela instalou ainda central de nobreak e agora vai providenciar alarme de incêndio, reforçar o número de câmeras, colocar fechaduras eletromagnéticas nos portões da eclusa, e contratar um segundo pacote de internet (uma contingência em caso de queda de sinal da primeira operadora).